Quais são as ferramentas mais eficientes para adquirirmos um alimento que junte higiene, bom preço, boas condições de conservação? E o repórter Tino Marcos vai contar com três ajudantes nessa reportagem. São três donas de casa experientes: Edna, Maria do Carmo e Vera. E quem vai responder a essas questões é a professora de nutrição Maria Elisabeth Pinto e Silva, da Universidade de São Paulo (USP).
Falou em comida e cozinha, Edna, Maria do Carmo e Vera se animam. Fruta é para ser lavada quando chega do mercado ou da feira? As três não param. Têm dúvidas e querem dicas.
Para explicar a essas questões, vamos usar os sentidos. Primeiro, o tato. “Como brasileiro, graças a Deus, a gente pode apalpar os alimentos. Então, eu posso chegar e, não apertar, mas apalpar o alimento sem pressioná-lo demais. Eu consigo identificar muito das características do alimento”, aponta a professora de nutrição Maria Elisabeth Pinto e Silva, da Universidade de São Paulo (USP).
Usando a visão: “se o alimento está amassado, eu não vou selecionar”, diz a professora de nutrição Maria Elisabeth Pinto e Silva, da Universidade de São Paulo (USP).
Usando o olfato: “quando você chega perto de um abacaxi, você sente o cheiro do abacaxi. Quando você pega uma manga verde e uma manga mais madura, você sente o cheiro da manga”, declara a professora de nutrição Maria Elisabeth Pinto e Silva, da Universidade de São Paulo (USP).
A professora chamou Edna, Maria e Vera para a universidade. Chegamos ao laboratório da USP. Como alunas do curso de nutrição, as donas de casa aprendem: não se deve lavar as frutas antes de guardá-las na geladeira. “Muitas vezes, na hora em que você lava, você não seca ela toda. Então, ela fica com umidade”, explica a professora de nutrição Maria Elisabeth Pinto e Silva, da Universidade de São Paulo (USP). E a umidade acelera a deterioração da fruta.
E na hora de consumir? Todas as frutas precisam ser lavadas. “A legislação manda até lavar banana, mas é uma coisa comum para a gente”, diz a professora de nutrição Maria Elisabeth Pinto e Silva, da Universidade de São Paulo (USP).
Até para fazer suco de laranja, tem macete higiênico também. “Na hora em que eu corto, eu posso levar alguma sujeira para dentro. O ideal é você fazer um cinto e cortar ao redor. Eu corto a laranja, não tenho contaminação nenhuma”, a professora de nutrição Maria Elisabeth Pinto e Silva, da Universidade de São Paulo (USP).
Cuidado com o que sai da boca para fora. “Não é nem ideal a gente ficar conversando em cima do alimento”, a professora de nutrição Maria Elisabeth Pinto e Silva, da Universidade de São Paulo (USP).
Para arrumar a geladeira, tem critério. Vamos começar de baixo para cima. Na gaveta, ficam as frutas. Na prateleira de cima, estão as folhas e outras frutas. No terceiro andar, guardamos as verduras. Carnes ficam na parte mais alta, abaixo do congelador, onde a temperatura em geral é mais baixa.
Em um cenário endurecido pelo frio a -80°C, está guardada coleção brasileira de micro-organismos. Métodos de preservação internacionalmente reconhecidos garantem a vida das células por muitos anos, para processos industriais ou pesquisa. Nas ampolas, estão algumas das 1,2 mil peças da coleção brasileira de micro-organismos.
E essa coleção tem curadora: Lara Sette, doutora em microbiologia. “Eu sou apaixonada, completamente por micro-organismos. Quando eu vejo um desmatamento, todo mundo fala: ‘nossa, quantas árvores’. Eu penso: ‘nossa, quantos micro-organismos’”, revela a pesquisadora.
“Quando as pessoas comentam: ‘o que você faz?’. Falo: ‘sou microbiologista, trabalho com micro-organismo’. Todo mundo já fica com cabelo em pé, não quer nem chegar perto de mim. Já pensam em doença”, afirma Lara.
A especialidade da doutora são os fungos e bactérias do bem. “Eles são imprescindíveis para a biosfera. Eles reciclam a matéria orgânica do planeta”, aponta.
Dentro do laboratório, a mesa está posta com pão, vinho, cerveja, iogurte, cogumelo e, ao lado, as estrelas do laboratório e uma bela diversidade de micro-organismos. E a doutora nos apresenta à família. “Ela é a grande estrela, vamos dizer, dos processos biotecnológicos, uma levedura chamada Saccharomyces cerevisiae. O vinho, a cerveja, o pão, incluindo também o combustível que usamos no nosso carro, produzido pela fermentação de açúcares por essa levedura”, explica.
“Essa bactéria aqui é uma actinomiceto do gênero streptomyces. Ao todo, 70% dos antibióticos hoje que estão no mercado são produzidos com base nessa bactéria”, informa a doutora.
“E aqui nós temos também saccgaromyces boulardii que é usada em medicamentos de reconstituição de flora intestinal”, aponta a pesquisadora. Mais que um fungo, é um soldado contra a diarreia. O penicillium roquefort é um fungo que faz o sofisticado queijo roquefort.
Os micro-organismos do bem são seres simples e mais resistentes que qualquer um de nós. “Eles não são dependentes de condições ambientais, como seres mais complexos, como os animais e os seres humanos. Se, em um curto período de tempo, a temperatura do planeta subir a 50ºC ou 55°C, nós seres humanos não vamos mais existir, não temos condições de aguentar, pela maquinaria que nós temos, essa temperatura. Os micro-organismos vão continuar colonizando o mundo, seja ele da forma que for”, aponta a pesquisadora.
Fonte: Globo.com
Link: http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2011/02/especialista-explica-forma-correta-de-guardar-alimentos-na-geladeira.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário